Um mundo alternativo. Esse seria meu presente para Riley, pensei, à caminho da floricultura de sempre, sem ideias criativas o bastante para ser inovadora.
O presente perfeito seria um mundo alternativo. Um universo belo e colorido, sem preocupações e trabalhos da faculdade. Sem obrigações, complicações ou tarefas da vida adulta. Um universo onde nós pudéssemos fazer nada juntas o dia todo, sempre que quiséssemos. Um universo seguro e calmo, como o seu abraço. Aconchegante, como seu corpo. Quente e confortante, como seus beijos. Um universo onde não precisássemos acordar cedo - o que é muito importante, já que Riley adora a noite.
Não sou boa em dar presentes - sempre me vejo no impasse do útil versus significativo, e na maior parte das vezes me perco entre os dois mas, se eu pudesse, criaria um universo alternativo para nós. Tão bonito quanto aqueles olhos - hipnotizante como sua luz.
Eu criaria um espaço paralelo, para onde pudéssemos nos transportar quando o dia estivesse cansativo demais, ou quando qualquer uma de nós apenas quisesse um tempo - de dias ruins, da faculdade, de tudo. Quando qualquer uma de nós quisesse apenas parar.
Eu criaria um universo alternativo, e, então, deixaria que ele nos rodeasse com todas as suas camadas iridescentes, espantando para longe todas as tempestades. Eu criaria um universo alternativo, porque sei que, às vezes - quando tudo parece um pouco acinzentado, um lugar seguro pode te aquecer. Espaços paralelos que fazem todo o tempo congelar em instantes prazerosos. Sei como é ansiar por eles e, então, desejar lá fazer morada.
De repente, reconheço minhas descrições, então tateio no escuro à procura de suas mãos. Uma sensação familiar me invade quando entrelaço meus dedos nos seus e então, antes que eu possa me dar conta, tudo para.
Não sou boa em dar presentes, mas sei que Riley já me deu o melhor deles - todos os dias.
se me dissessem que tempestades eram tão belas, eu mandaria queimar todos os guarda-chuvas que pudesse encontrar. Deixe que a noite acenda, e você nunca se sentirá tão viva. " E se eu não quiser queimar?" ela me perguntou, vestindo sua expressão mais inteligente, e eu podia jurar - por toda a minha coleção de canetas coloridas e todas as minhas figurinhas do Simon Snow - que seus olhos faiscavam. Não eram a sua parte mais bonita - ela tinha um montão de pedacinhos notáveis e, de alguma forma, era muito mais do que a soma das partes. Não, seus olhos não eram sua parte mais bonita. Talvez fossem as mãos, ou a boca - aquela boca - mas eu era suspeita demais pra falar. Nossa professora de biologia havia dito que podemos ficar três minutos sem oxigênio - o que era tempo pra caramba - mas quando aqueles lábios tocavam os meus, bem... eu tinha certeza que a Srta. Tomas estava errada. Porque aqueles láb...
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