Com esse amontoado de letras, palavras e crenças
que criam, definem, rotulam
tudo o que vemos, sentimos e somos
você diz que minha existência é errada
por não se encaixar na regra que foi pautada
do que culturalmente disseram "normal"
Com esse amontoado de letras, palavras e crenças
que criam, definem, rotulam
Você diz que o que sinto é só uma fase
E repete palavras de bolsonazi
Demoniza minha existência
Com a mesma mão que faz penitência
Diz que é só uma brincadeira,
Que protesto por besteira
E devo me curvar à maioria
Sem mimimi e rebeldia
Com esse amontoado de letras, palavras e crenças
Que criam definem rotulam
Nos armários de seu ódio
se escondem tantos de nós
Que meio a uma multidão raivosa estão a sós
Tentando sobreviver
Entre 58 milhoes de vozes
que querem nos ver morrer
E agora me pergunto
Será que cê pode me ver?
Estou bem à sua frente
Caminhando, não desistindo
Existindo e resistindo
Nós damos as mãos e vestimos vermelho
Só não sei como ce consegue encarar o espelho
E ver a hipocrisia em seu semblante
Sabendo que odeia a teu semelhante
Me pergunto se o "amai ao próximo" é tão restrito
Que só inclui quem lhe agradou
Porque me parece haver um pequeno atrito
Entre o que ce faz e o que seu Deus pregou.
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