"Encarei pela primeira vez a garota dos gritos ensurdecedores. Sua pele pálida estava marcada por camadas de sujeira, e ela tinha cortes em várias áreas do rosto - o mais feio era em seus lábios entreabertos, e parecia ter sido feito recentemente, visto que exalava a cor vermelho brilhante. Meus olhos pousaram nos seus, furiosos, e pela primeira vez eu pude notar o quão bonito eles eram. Era como se a garota tivesse a galáxia toda em seu próprio rosto - como se seus olhos fossem um planeta verde ridiculamente belo.
Dessa vez, ela não gritou nenhum palavrão, e era quase como se sua expressão de ódio tivesse suavizado, o que me intrigou ainda mais, porque foi substituída por algo que eu reconhecia - a que eu via no espelho quebrado de nosso pequeno banheiro todas as manhãs. Ela parecia profunda e desesperadamente triste, e então senti meu coração se partir novamente - daquela vez, por nós duas."
se me dissessem que tempestades eram tão belas, eu mandaria queimar todos os guarda-chuvas que pudesse encontrar. Deixe que a noite acenda, e você nunca se sentirá tão viva. " E se eu não quiser queimar?" ela me perguntou, vestindo sua expressão mais inteligente, e eu podia jurar - por toda a minha coleção de canetas coloridas e todas as minhas figurinhas do Simon Snow - que seus olhos faiscavam. Não eram a sua parte mais bonita - ela tinha um montão de pedacinhos notáveis e, de alguma forma, era muito mais do que a soma das partes. Não, seus olhos não eram sua parte mais bonita. Talvez fossem as mãos, ou a boca - aquela boca - mas eu era suspeita demais pra falar. Nossa professora de biologia havia dito que podemos ficar três minutos sem oxigênio - o que era tempo pra caramba - mas quando aqueles lábios tocavam os meus, bem... eu tinha certeza que a Srta. Tomas estava errada. Porque aqueles láb...
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