Elas se movem em minha boca, rastejam por minha pele e saltitam em meu estômago. Caminham por minhas veias e formigam a ponta de meus pés. Enlouquecem meu cérebro e me fazem querer jogá-las pra fora. Lutam em minha boca e me fazem querer cantá-las. Ocupam meu coração e me fazem querer cuspi-las. Caminham por meu corpo e imploram por ar livre. Lutam quando tateiam para fora de meus lábios, relutam quando as guardo.
Elas me consomem. Tentam escapar: rápidas, intensas, borbulhantes. As recolho de volta, empurrando-as para qualquer lugar onde não possam gritar. Mas elas gritam. E ecoam - por cada parte do meu corpo, desde os olhos até a ponta dos dedos. Elas estão em todo lugar, e quase não posso segurá-las, então deixo que naveguem.
Penso que as estou enganando quando permito que, por segundos, voem por meus lábios, olhos, braços - iluminem o meu corpo. Mas elas são mais espertas: riem de minha tentativa tola. Elas estão ali, em todo lugar. Palavras que não tenho e não posso controlar. Elas estão ali porque, quando fecho os olhos, posso senti-las. Então deixo que voem.
se me dissessem que tempestades eram tão belas, eu mandaria queimar todos os guarda-chuvas que pudesse encontrar. Deixe que a noite acenda, e você nunca se sentirá tão viva. " E se eu não quiser queimar?" ela me perguntou, vestindo sua expressão mais inteligente, e eu podia jurar - por toda a minha coleção de canetas coloridas e todas as minhas figurinhas do Simon Snow - que seus olhos faiscavam. Não eram a sua parte mais bonita - ela tinha um montão de pedacinhos notáveis e, de alguma forma, era muito mais do que a soma das partes. Não, seus olhos não eram sua parte mais bonita. Talvez fossem as mãos, ou a boca - aquela boca - mas eu era suspeita demais pra falar. Nossa professora de biologia havia dito que podemos ficar três minutos sem oxigênio - o que era tempo pra caramba - mas quando aqueles lábios tocavam os meus, bem... eu tinha certeza que a Srta. Tomas estava errada. Porque aqueles láb...
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