Que haja luz! - eu poderia imaginá-los gritando lá de cima, se houvesse qualquer noção de espaço. Tudo era bréu, e eu, escuridão. Tentei me debater, caindo em...nada. Um mar de água negra, tão leve que parecia não estar ali. Que poderia não estar ali. Eu estava?
Senti o ar se esvair de meus pulmões antes de aquilo de fato acontecer - eu sabia que entraria em pânico. Fechei os olhos. De alguma forma, aquela escuridão era menos assustadora. Um grande onda de ar foi empurrada para dentro de meu peito, e em um soluço gigantesco flutuei. Mas não havia um acima. Apenas um em um grande sonho assustador.
O suor embaçava minha vista, debati minhas mãos à procura de qualquer materialidade, perdi todo o ar e esperei. Dias. Algumas horas.
Senti seus dedos antes da faísca. Minha pele continuava a mesma, mas eu estava quente. Ousei respirar lentamente, e o sopro de ar fresco saltitou em minha direção.
- e que haja luz - os anjos cantariam em misericórdia, quando eu pela primeira vez pousasse meus olhos naquele doce par.
Em 3, 2...tudo se desfez em pedaços, tão pequenos quanto o período de tempo em que toquei seu dedo. Caio. Ou você sobe. Somos partículas. Dessa vez, vejo uma direção, marrom em dois pares calorosos que me miravam.
- Para onde você está indo? - Eu quis gritar, mas tudo havia acabado.
Acordei no meio da noite e você não estava ali. Meus braços procuraram pelos seus, abri os olhos, e você me puxou pra perto.
- Conseguimos batida - eles disseram na terceira tentativa, e finalmente pude respirar. Onde estávamos?
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