Às vezes gosto de ser eu.
Nem sempre um dia é completamente bom, mas às vezes surgem instantes com gosto de verão. E às vezes gosto de ser eu.
Como quando o céu é claro, e não estou com pressa, e o café não está quente, e as pessoas sorriem pra mim, e tudo vira poema, e aquele vestido me cai bem.
Quando a chuva vêm no meio da noite, e o sono quase chega, e os sonhos se confundem com estrelas. Às vezes gosto de ser eu.
Quando as lágrimas são de alegria, e os pulos não cabem no espaço, e as pessoas são boas, e a grama é verde, e eu posso dizer. Que gosto de ser eu.
Como quando tudo parece certo, breve, calmo e sonho - e nada se dissolve, e as bolhas de sabão têm gosto de chocolate, e a noite me sorri. É quando eu sei que gosto de ser eu.
Quando a música entra pelas janelas, e as flores se mostram coloridas, e o vento não é assim tão frio, então eu vejo. Que gosto de ser eu.
Mas às vezes eu sei. Que não gosto de ser eu.
Como quando todo o ar se vai abruptamente, e tudo é espaço vazio. E a escuridão é barulhenta. E o céu chove amargo. E as borboletas vão para lugar nenhum. E tudo são gritos. E os espelhos gritam desesperança. E eu não vejo nada.
É quando não gosto de ser eu.
Como quando a crueldade supera os raios quentes, e as estrelas são quase imperceptíveis, e os poemas não saem, porque o amor é quase inexistente. E só vejo os segundos.
É quando não gosto de ser eu.
Como quando os números importam, e a verdade é apenas uma, e a balança se quebra, e anoitece, e o ar não é o bastante. É quando não gosto de ser eu.
É quando quase me esqueço, e então começo bem devagar do começo, pra me lembrar. Que às vezes gosto de ser eu.
se me dissessem que tempestades eram tão belas, eu mandaria queimar todos os guarda-chuvas que pudesse encontrar. Deixe que a noite acenda, e você nunca se sentirá tão viva. " E se eu não quiser queimar?" ela me perguntou, vestindo sua expressão mais inteligente, e eu podia jurar - por toda a minha coleção de canetas coloridas e todas as minhas figurinhas do Simon Snow - que seus olhos faiscavam. Não eram a sua parte mais bonita - ela tinha um montão de pedacinhos notáveis e, de alguma forma, era muito mais do que a soma das partes. Não, seus olhos não eram sua parte mais bonita. Talvez fossem as mãos, ou a boca - aquela boca - mas eu era suspeita demais pra falar. Nossa professora de biologia havia dito que podemos ficar três minutos sem oxigênio - o que era tempo pra caramba - mas quando aqueles lábios tocavam os meus, bem... eu tinha certeza que a Srta. Tomas estava errada. Porque aqueles láb...
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