A luta com o passado é tão cansativa que não vemos quando não há com o que lutar não há vitória quando tudo é sangue e cada passo parece levar ao mesmo lugar À deriva de mim mesma me balanço Em meus próprios braços, uma canção de ninar quando foi que a noite se tornou tão solitária? com tantas vozes a me devorar! Pegue mais um pedaço, o sangue ainda está quente os coágulos são meus, mas há pra toda a gente e a mordida mais doída ninguém me pode tirar Veneno sempre parece saboroso quando é tudo o que há pra saborear engulo em seco, engulo o ar, e a escuridão me engole e pra não dizer que não há o que me console me permito mais um prantear: O empurrei para longe ou o abracei queimei seus pedaços e me inflamei amaldicoei seu nome ou o pranteei fujo, corro, grito, me encolho mas se o passado não sou eu, porque o escolho? e nesse poço sem fim me deixo banhar? Com mãos calejadas esculpi vida no deserto e hoje já nem sei ao certo o que me constitui se sou feita de mim mesma ou me fiz, de...