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Mostrando postagens de janeiro, 2019

So(m)bras

Pare - começa com um sussurro tão baixo que parece vir do fundo de minha mente. Pare - ouço sua voz mais uma vez, tão calma em comparação ao tremer de meu corpo, e não me permito abrir os olhos, porque embaixo das cobertas monstros não podem ser reais. Se eu não encará-los, eles não podem me ver - é o que digo a mim mesma quando os sinto se aproximar, no começo do que parecia só mais uma noite barulhenta. Respire . Paro. Não posso abrir os olhos. Respire . Está um belo dia lá fora. Respire . Eles não podem ser tão altos assim. Respire . Nós sabemos que isso não é verdade - converso comigo usando a mesma voz doce que faz Mari se acalmar de seus pesadelos. PORQUE RAIOS NÃO ESTÁ FUNCIONANDO? Não vamos por esse caminho novamente - tento ser racional - Olhe. Pra. Você. Mas não posso abrir os olhos, eles ainda estão ali. Eles estão tão perto ...

Primeiro amor

Eu costumava acreditar em uma série de coisas que diziam sobre o amor. Com 11 anos, assisti a um garoto chorar descontroladamente, na velha televisão em nossa sala de estar, por causa de uma tal Rosemary, seu primeiro grande amor, e aos 14 finalmente senti aquilo, quando meu coração pareceu sair da boca por um garoto de topete preto com quem eu havia trocado 5 palavras e meia na aula de matemática. Aos 15 conheci Bela, garota tímida e bonitona capaz de dar a vida por seu grande amor, o romântico - e imortal - Edward, quando por dois dias mergulhei no que parecia ser o melhor livro de minha existência. Aos 17, escrevi uma dezena de poemas de amor (ruins) para o meu melhor amigo, e pensei finalmente ter entendido. Semanas depois, ele apareceu com um belo poema e um anel brilhante (para outra garota), e como o protagonista bobão de ABC do amor , chorei todo o dramático rio de um coração partido. Aos 18, aprendi com a discografi...

Meredith

Você não sabe que ama uma pessoa até que isso te atinja - como um raio de calmaria, tão óbvio sobre sua cabeça que você se pergunta como não o notou antes. Lily sempre me perguntava silenciosamente se eu a amava, como quando eu a pegava me encarando com aqueles olhinhos - como se eu fosse a garota mais incrível do mundo todo - e parecia prender o ar, como se segurasse palavras que não podia dizer. E eu queria dizer de volta (eu realmente queria) mas aquilo não seria justo, porque não era completamente verdade, e se eu fosse dizer aquelas palavras para alguém, seria com absoluta certeza, porque amor é uma coisa grande demais pra se dizer mais ou menos. Não sou uma pessoa horrível - nós poderíamos aqui discutir o sentido dessa palavra, e toda a questão moral ou religiosa que a dita, mas não acredito ser essa a grande questão. Mas, se faz diferença, não sou a vadia egoí...

Clichês de ano novo

Uma das coisas mais difíceis e demoradas que aprendi esse ano foi sobre relacionamentos, e não falo apenas sobre os amorosos, mas qualquer tipo de relação no geral. Como garota que passou toda a adolescência acreditando que não era boa o bastante - esteticamente e como indivíduo - na vida adulta me vi em um ciclo repetitivo em que meus interesses amorosos eram de alguma forma acionados a partir do não-interesse do outro, o que de alguma forma se repetia em outros tipos de relações, em que eu me via cercada por uma estranha necessidade de agradar - de ser gostada. Em algum momento, me dando conta de que isso era recorrente e não apenas uma infeliz coincidência, me peguei questionando como trabalhar o problema, afinal, como eu poderia controlar meus próprios sentimentos? Achei que estava bem quando entrei em um bom relacionamento amoroso, que surpreendentemente desmoronou alguma porção de meses depois, resultand...