Naqueles dias, odiei que todo tempo fosse, afinal, emprestado, porque tudo o que eu desejava era guardá -lo, lá no fundo, entrenós . Sempre que penso sobre você me lembro daquela noite, estranhamente fresca num amontoado de dias quentes, e me pego repassando todos os detalhes em minha cabeça, numa tentativa de sentir novamente. Me lembro de sua dor de cabeça e de minhas mãos. De seu cabelo e do emaranhado. De sua pele e do meu colo. Do seu abraço e de meus pensamentos. E me lembro dos seus olhos, tão acolhedores e quentes, que fizeram daquele silêncio o nosso silêncio. Eu me lembro de pensar sobre a noite, sobre você, e sobre seus olhos - e como eles pareciam tão seus. Sobre como cada parte da sua totalidade era bonita e completamente sua. Sobre como somos seres únicos e extraordinários, espalhados num universo que não precisa de nós, com uma porção de tempo emprestado, e de alguma forma v...