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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Apenas algumas linhas de uma história não contada

- O que foi? - eu abri os olhos, e ele ainda me encarava daquela maneira. Como se quisesse dizer algo importante. E suas mãos ainda estavam em minhas costas, quentes, por dentro de minha camiseta, desenhando lentamente de um jeito indescritivelmente bom. - Você é a melhor coisa que já aconteceu. Sabe disso, não é? - ele disse, baixinho, nossos rostos tão próximos que eu precisei fechar meus olhos para não ser muito óbvia. Porque senão ele saberia. O quanto eu realmente precisava dele, e eu não queria assustá-lo. Então, quando ele disse, como se estivesse com medo da minha reação - com medo de que eu me levantasse a qualquer momento, meu coração se apertou. Então era aquilo o que significava ser a melhor coisa de alguém. Então era aquilo o que significava ser importante. Fechei os olhos, encostando minha cabeça em seu peito, e se eu pudesse - se houvesse espaço o suficiente...

O texto de fim de ano que não escrevi

Os começos e os fins sempre vêm acompanhados daquele sentimento estranho de que algo está faltando. Como aquela tristeza, agridoce, por nenhum motivo remotamente explicável e o sentimento de esperança - de que as coisas vão, na melhor das possibilidades, se resolverem e tudo o que foi bom será ultrapassado, ou até substituído, por coisas novas e, na pior das hipóteses, a esperança de que nada será tão ruim quanto o que já passou. A nostalgia é um sentimento engraçado, e ela sempre está presente nos finais - e nos começos também. Nós sempre precisamos escrever sobre ela, porque independente de como tudo tenha dado incrivelmente errado num passado distante, ainda há a perspectiva de um horizonte mais azul. Talvez eu esteja sendo um pouco metafórica, e esse é um problema das coisas que escrevemos em momentos nostálgicos: elas vêm salpicadas de metáforas, e saud...

Banalizacão de termos e o conflito do politicamente correto.

Alguns meses atrás, ao assistir um documentário chamado "O riso dos outros" - lançado em dezembro de 2012 - que questionava os limites do humor, deparei-me com opiniões (minhas e de pessoas conhecidas) conflitantes em relação ao politicamente correto; o que me fez questionar não somente minhas próprias atitudes em si, mas também o significado delas. Lembro-me vagamente de o vídeo mostrar alguns questionamentos em relação à piadas sobre mulheres, negros, pessoas com necessidades especiais, homossexuais e pessoas que não se encaixavam no peso "ideal" estabelecido por determinados padrões de beleza; evidenciando o fato de que, às vezes, uma aparentemente simples piada carrega ideologias que precisam ser discutidas e até mesmo questionadas. O assunto foi levado para a sala de aula, e num determinado momento, um de meus professores questionou o uso da expressão "gordice", bem como "denegrir" e "judiar", o que levou a outros termos como ...