Meus braços, flácidos, balançam sem parar. Meus ossos, frágeis e quebradiços, se partem dolorosamente. Minhas pernas não suportam todo o peso. Meu cabelo cai em porções assustadoras. Meus olhos avermelhados não conseguem enxergar nada ao redor. Meus pés parecem cobertos por bolhas. Minhas unhas se quebram. Minhas narinas queimam. Minhas roupas se reduzem a farrapos. Meu cérebro explode em centenas de pedacinhos, e de repente, não sou mais. Não estou ali. Eu não existo. Reduzida a partes microscópicas espalhadas pelo asfalto numa combustão impactante. Pequena. Não visível. Nada . Eu grito, e corro, e caio. Eu olho para trás, mas só há escuridão. Eu sigo em frente, e tudo parece nebuloso. Eu paro, e a tempestade violenta chega. Eu fecho os olhos e o Sol escaldante me aquece. É gostoso. Eles se abrem, e não consigo ver nada. Uma luz se acende. Procuro por ela. Respiro-...