Se eu pudesse escrever um último poema, ele se chamaria Ane, e em cada um daqueles versos eu rabiscaria todas as coisas que amo sobre ela. Digo rabiscar porque sei que as palavras jorrariam de meu corpo num frenesi louco que eu mal poderia controlar. Se eu pudesse escrever um último poema, ele se chamaria Ane, e teria uma dezena de estrofes, e talvez uma dezena mais, que no final do dia seriam todas apagadas, para então serem escritas novamente, numa bagunça sem sentido que qualquer leitor não entenderia jamais. Sei disso porque, se eu pudesse escrever um último poema, haveria incontáveis coisas a dizer - todas elas escapando de meus poros - e ainda assim eu não conheceria palavras que as dissessem tão bem quanto aqueles olhos. Ah! Se eu pudesse escrever um último poema, ele se chamaria Ane, e, é claro, falaria sobre seu olhar, mas não exclusivamente, porque há tantas coisas a se admirar! Se eu pudesse escrever u...