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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Tela

Suas mãos delineam cada um daqueles traços. Meu olhar em seu papel. Eu em seus olhos. Você em cada traço - meus traços, em cada canto. O que você pensa quando seus olhos me encontram? Leio seus lábios, leio sua pele, leio seu olhar. Leio, leio, leio - sempre um verso a mais para se encantar. Seus traços em meu papel. Você em minha cabeça, meus olhos, meu corpo. Você em cada palavra, por toda a arte. Você em cada parte. O que seus olhos me dizem quando o nós se encontra? Nossas vozes não dizem nada - elas não precisam; e eu apenas sinto tanto. É tão adorável ser captada por seu olhar

Bordas

Mais do que o conjunto, mais do que as palavras E sei que não conheço ninguém - no presente, mas estou conhecendo E de repente já não sei mais - a totalidade é inalcançável aos olhos Porque estamos, e nem mesmo nós sabemos onde Meus pensamentos são segredos mágicos Que nem eu posso desvendar Então não ouse - não tente! - me definir E não procure me adivinhar Quando nem eu mesma sei O que há a se encontrar.

Passos

- em direção a mim mesma Lembro de me sentir orgulhosa de mim mesma naquela noite, e depois de alguns segundos rir, porque aquele era um motivo bem bobo pra se ter orgulho de si mesma. Lembro da felicidade instantânea que veio com a percepção de que eu estava bem e de que eu não precisava de nada daquela maquiagem para parecer bem - nem do protetor com efeito matte que foi comprado com uma desculpa de proteger minha pele dos raios solares, quando eu claramente não dava a mínima para aquilo. Aquele era um motivo bobo para ter orgulho de mim mesma, mas pra quem costumava ficar irritada e triste porque estava se sentindo tão horrível que quase não queria sair de casa, bem ... já era um grande passo. Era um motivo bobo mas, ainda assim, me alegrei, porque um conjunto de motivos bobos pode virar uma grande coisa - eu disse a mim mesma. Também me senti feliz quando percebi que já não precisava ceder à coisa d...

A quarta letra

(Emanando) Então eu disse. Seus braços estão ao meu redor, meu rosto na curva de seu pescoço - que poderia ser minha parte favorita, se fosse possível escolher uma. Mas não havia, porque eu não podia escolher. Eu não podia escolher entre o modo como seus olhos me encaravam naqueles momentos em que o tempo parava e o jeito como seus lábios pareciam quentes encostados nos meus. Eu não podia escolher entre o cheiro de sua pele - de creme, sabonete, e Ray - e a quentura de suas mãos. Eu não podia escolher entre o modo como sua boca se curvava, evidenciando suas maçãs do rosto, e o jeito como ela fechava aqueles olhos. Eu não podia escolher entre o modo como ela sorria para mim e a expressão tranquila em seu rosto, quando ela estava caindo no sono. Eu não podia escolher. Porque era ... tudo. Todas aquelas coisas separadas e juntas e algo mais. Era tudo, e quando me dei conta meu mundo pareceu parar. Todo ...