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Mostrando postagens de abril, 2016

Poema de Mick para Leah *

"De volta pra aquela noite" Você me disse pra não ir e eu vi em seu rosto aquele olhar Então não havia mais volta. Estamos apenas alguns passos - uns poucos metros de distância um do outro. Isso é tudo o que nos separa, mas eu não posso chegar até você. Onde foi que nos perdemos? Você está por perto, mas eu não te vejo - eu não te vejo agora. Garota, eu estou perdido E tudo o que eu quero é seus braços em volta dos meus, mais uma vez De novo, e de novo Mas eu estou cansado sem você, E agora não tenho nada. Então você surge na porta, mas não parece me ver (Então isso é um adeus?) Você tem aquele olhar, e eu o odeio Porque agora não tenho nada E a escuridão se aproxima Eu quero gritar que sinto muito, mas estou preso. Eu quero voltar pra aquela noite Me deixe fazer tudo certo Porque garota, eu não tenho nada Eu não tenho nada sem ...

A parede verde

Onde foi que nós nos perdemos? Aquela frase vinha martelando em sua cabeça durante todo o caminho de volta para casa, que normalmente nada mais era do que meros quinze minutos, mas naquela noite havia se estendido para cerca de meia hora pelo fato de ele ter mudado a rota. Ironia - ele riu, pensando no sentido da palavra rota, porque nem estava tentando fazer uma metáfora, e ali estava ela. Onde foi que suas rotas haviam se separado? Suspirou, pensando, mais uma vez, que aquela era uma péssima ideia. Ele pegara a droga de um caminho longo, correndo o risco de ser assaltado - já passava da meia noite, e seu bairro não era lá o mais seguro da cidade - apenas para poder pensar sem ser interrompido. E não podia pensar em seu próprio apartamento? Não, aquele lugar o sufocava. Cheio de lembranças dela, e ao mesmo completamente vazio. Contradição . Como foi que eles haviam tomado direções tão contrárias? ...

Love only

E no final do dia, o que realmente importa é quanto amor você espalhou - e não em quais direções, ou quando, ou em que momento. Numa perspectiva maior, determinadas coisas não importam. Não realmente. Tudo se trata de atingir e se permitir ser atingido - no sentido bom da palavra. Não olhe a direção. Apenas ame.

História de amor secreta

Ele tinha pouco tempo, e precisava correr. Já estava amanhecendo e a garota de vermelho estava indo embora com seu vestido que arrastava pelo chão. Ela saía pela porta, e ele precisava vê-la antes que o Sol surgisse, porque aquele era o momento, e eles tinham poucos segundos antes de a multidão se aglomerar. Tudo dependia do quão rápido fossem, porque o tempo nunca mudava - era sempre antes de o Sol aparecer, no momento exato em que estava escuro o suficiente para não serem vistos. E eles precisavam ser silenciosos. Ele já estava ofegante quando chegou no beco daquela noite - o lugar sempre mudava - e suspirou de alívio ao ver o vestido brilhante caminhar, a passos lentos, em sua direção. Suas mãos se entrelaçaram - era perigoso, mas doía quando não estavam juntos. Ele a apertou contra si, inalando seu cheiro, numa tentativa de memorizá-lo, preparando-se para o pior, porque nunca se sabia quando podi...

Sem volta

Sem volta (ou Conto baseado em Cherry Wine, ou A história dos olhos insanos, ou Os sapatos barulhentos ou Tempestade). Caminhava rapidamente, seus sapatos altos fazendo, no asfalto, o barulho que ela temia. Só queria ir pra casa, mas não se lembrava do caminho. Não se lembrava de nada, e tudo estava sempre tão escuro, que já não era possível enxergar além da penumbra. Ela só queria fechar os olhos, mas havia cinzas por todo o lado, então passou a mão por seu rosto, os esfregando, e seus dedos sangraram o que não conseguia limpar. A rua estava escura, como a casa. Não a casa da qual ela se lembrava, mas a do fim daquela rua escura e silenciosa, onde tudo parecia fazer barulho demais. Por isso ficou em silêncio, amaldiçoando não ter escolhido outros sapatos, e caminhou mais devagar, porque não queria chegar. Fazia três dias que estava caminhando. Três dias, algumas horas ou simplesmente uma porção de minutos. O tempo passava rápido, ou devagar demais. Não sabia dizer, mas seu coração...