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Mostrando postagens de setembro, 2015

Espelho

É engraçado como você quebra Tudo que suas mãos ágeis alcançam E machuca, e pisa, e fere e destrói Até a mais intrínseca camada. Até não remanescer nada mais. É engraçado como você tira Das mais brilhantes coisas toda a cor E sufoca toda a vivacidade Com a aura escura que o rodeia. É engraçado como você tira sarro de tudo e todos também E é engraçado como não tem graça alguma para ninguém mais. É engraçado como um rosto banhado por tamanha formosura Pode ser tão desumano e frio Será que você não consegue ver Através da armadura do gelo? É engraçado como você joga espinhos em todos que se aproximam E é engraçado como por fim Eles ferem apenas à você. É engraçado como você vive De grosserias e humilhações E nunca volta para consertar As feridas que deixa par...

Insight

A beleza não está nos espelhos, no rosto ou no manequim. Nas bordas, janelas ou disfarces. A beleza não está nas roupas, no discurso, ou na maquiagem. No aperto de mão, no currículo, ou na conta bancária. A beleza não está nas coisas que vão. A beleza não pode ser vista. Ou tocada - não em seu sentido mais óbvio. Ela precisa ser sentida . Ou ouvida, às vezes. A beleza é simples. É sabor. Calor. Entrega sem pudor. A beleza é complexa. Profunda. Doce. É processo não acabado. A beleza está no olhar. Nos olhos daquele que consegue enxergar as centenas de tons azuis nas noites mais acinzentadas, em que a escolha mais fácil seria simplesmente saltar. A beleza está na poesia. Na música. No toque. A beleza está naquele que encontra nas palavras de outro um refúgio, ou, por meio delas, enfim compreende sua própria dor, e naquele que faz de suas palavras, e...

Ciclo infindo

Às vezes me sinto vazia Quando um pedaço se vai Entre as linhas da agridoce poesia E a tristeza se esvai Às vezes me sinto completa Quando um pouquinho transborda Das paixões sem fim do poeta E o coração acorda Às vezes me sinto meio cheia E às vezes meio vazia Quando aquilo que o coração anseia Me parece sinônimo de agonia E quando as palavras para o papel se vão Tudo transborda por um instante E me preparo de antemão Para o vazio abundante

Descompassado

Você é o sonho mais distante, O despontar mais ensolarado, O temporal mais aconchegante, O infinito mais estrelado. A canção mais arrebatadora, O poema mais apaixonante, A verdadeira merecedora De meu coração inebriante. Porque senhora, você precisa saber Que sou um pobre desafortunado E quando você se vai, Sobra só o meu coração descompassado, E todo o meu ar se esvai. E você precisa saber, minha senhora Que meu mundo então desaba devagar Quando fracasso novamente em te esquecer, E só fico a divagar. Então minha senhora, peço por favor, Acabe com a dor deste pobre coitado: Permita-me ao menos fitá-la, meu amor, E faça feliz este tolo apaixonado.

É preciso ir embora

Diga às estrelas que estou voltando para casa E diga a elas que sinto muito Talvez elas digam a você Que eu nunca quis partir Diga às estrelas que estou voltando pra casa E diga a elas que meu coração está partido Talvez elas digam a você Que eu nunca quis sentir Diga às estrelas que estou voltando para casa E diga a elas que sinto sua falta Talvez elas digam a você Que a saudade precisa ser recríproca Diga às estrelas que estou voltando pra casa E diga a elas que não quero você aqui Talvez elas digam a você Que eu mesma vou lhe dizer.