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Mostrando postagens de agosto, 2015

Mil e um outonos de um passado inexistente

Era uma noite comum - um pouco fria demais para o verão, e um pouco calma demais para um sábado à noite. Eu gostaria de me lembrar dos detalhes específicos em relação à ela, mas como toda lembrança, essa já se torna desfocada com o passar o tempo, como um filme antigo ou algo do tipo. Era uma noite comum, e você apareceu. Eu me lembro de seus cigarros, o copo meio vazio de um uísque barato em sua mão direita, e a jaqueta de couro gasta que você nunca abandonava. O cabelo meio bagunçado e a pose de garoto que não se importava. Eu me lembro de como você se aproximou, e eu o repudei - talvez com um olhar, ou minhas palavras ríspidas; e você continuou. Talvez estivesse bêbado - você tendia a ser mais engraçado quando enchia a cara - ou talvez sua noite estivesse entediante o suficiente para ir falar com a garota mal-humorada. Você me pagou uma bebida, e me contou sobre sua namorada...

Rápida e diretamente

Em momentos livres do torpor ininterrupto do dia a dia, me pego pensando na natureza do labirinto, e em como sair dele. Embora por um tempo tenha acreditado que, com o avançar dos passos, a luz se mostraria, ainda caio em momentos de escuridão - constante - em que procuro desesperadamente pela saída, ou jogo-me em algum canto das inúmeras curvas, à espera do que vier. Nesses momentos, sinto medo da inércia, e a inexplicável necessidade de sentir clama por mim novamente. Então, penso que talvez, se trate disso. Essa pode ser a grande questão. Talvez - e isso me assusta - não seja sobre escolher o labirinto; mas sobre a forma como você decide percorrê-lo. Algo como andar descalço por quilômetros no Sol quente apenas para ver a chuva. E, agora, me pergunto se as tempestades valem a pena...