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Mostrando postagens de julho, 2015

Furacão

Antes dos surtos, geralmente vem um frio na barriga. Frio que começa na ponta dos pés e sobe devagarinho até a cabeça - então volta, parando na boca do estômago, como um aperto, ou um beliscão. Não, mais como um formigamento temporário. Antes dos surtos, geralmente vem as perguntas pra mim mesma. Aqueles debates mentais pesados por minha balança controladora, acompanhados de conselhos formulados por uma das tantas "eu". Antes dos surtos vem os sonhos. As imagens coloridas, felizes e perfeitamente imperfeitas que acompanham os sorrisos. Antes dos surtos, vem o medo. Aquela estranha sensação de sufocamento, quase como não poder respirar. Ou poder, mas sentir como se não pudesse. Antes dos surtos, vem o medo do amanhã. Do ano que vem, das próximas décadas, ou do próximo segundo. Do próximo milésimo de segundo . Antes dos surtos, vem o espelho, que trás todas as peças do...

Em construção

Talvez eu seja a inconstante de minha própria equação bagunçada, presa aos tantos reflexos de um real, escondido - e talvez inexistente - eu , sufocado pelas tantas camadas que me rotularam. Talvez o meu Grande Talvez seja encontrar a essência de todos esses fragmentos dicotômicos que me partem e puxam e terminam em diferentes direções. Não quero ser uma parte. Não quero ser um efeito. O que nós precisamos - o que eu preciso - é ser inteira.

Sobre a liberdade e sua estranha forma de se manifestar

Há uma certa beleza em se estar triste. E há uma beleza maior ainda em produzir algo a partir da tristeza. Chega a quase ser poético. Talvez mais do que a morte, ou o amor, a tristeza se torna algo palpável, sólido. Puro . E de certa forma, nos identifica. Há uma certa beleza em se estar triste. E há uma beleza maior ainda em produzir algo bom a partir da tristeza. Ela nos torna passíveis de significado. Profundos, sensíveis. Nos torna pessoas. Há uma certa beleza em se estar quebrado. Nos torna destrutíveis, e de certa forma, humanos. Meio cheios, mesmo que daquela substância tóxica e escura. Há uma certa beleza em se produzir algo bom e eterno a partir da tristeza. Nos torna jovens. Presos em nossas próprias correntes neurológicas. Mas não há beleza alguma em viver disso. Uma hora, precisamos arrancar o band aid, foi o que ouvi. A dor, de certa forma, nos mostra que estamos vivos. Que som...