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Mostrando postagens de novembro, 2015

Quando a consciência anoitece, e as vantagens da (in)existência são questionadas.

Às vezes gosto de ser eu. Nem sempre um dia é completamente bom, mas às vezes surgem instantes com gosto de verão. E às vezes gosto de ser eu. Como quando o céu é claro, e não estou com pressa, e o café não está quente, e as pessoas sorriem pra mim, e tudo vira poema, e aquele vestido me cai bem. Quando a chuva vêm no meio da noite, e o sono quase chega, e os sonhos se confundem com estrelas. Às vezes gosto de ser eu. Quando as lágrimas são de alegria, e os pulos não cabem no espaço, e as pessoas são boas, e a grama é verde, e eu posso dizer. Que gosto de ser eu. Como quando tudo parece certo, breve, calmo e sonho - e nada se dissolve, e as bolhas de sabão têm gosto de chocolate, e a noite me sorri. É quando eu sei que gosto de ser eu. Quando a música entra pelas janelas, e as flores se mostram coloridas, e o vento não é assim tão frio, então eu ve...

Sede de sangue

Eu gostaria de dizer que você não está sozinho Mas nós somos monstros E queremos sangue Eu gostaria de dizer que olhei dentro de seus olhos Mas nós somos monstros E só vemos nossa própria sombra Eu gostaria de dizer que sei o seu nome Mas nós somos monstros E olhamos para a frente ao andar nas ruas Eu gostaria de dizer que vou lhe estender a mão Mas nós somos monstros E nós temos garras: Nós as usamos para caçar Porque nós somos monstros E é assim que sobrevivemos. Você pode gritar Mas não escutaremos sua voz Porque nós somos monstros E tapamos os ouvidos É isso que nós fazemos É o que somos - Feitos de pedra Esculpidos no gelo Eu sou um monstro E eu me odeio E eu sinto muito. Eu queria dizer que você não está sozinha Mas eu não conheço você Porque nós somos monstros E monstros vivem sozinhos.

Despedida

Eu estou indo embora Para um lugar distante Onde as luzes não se apagam E o sol ainda é quente - e seu sorriso me alcança. Eu estou indo embora E as malas já estão prontas Mas minhas pernas não se movem, paralisadas de saudade - e a terra já é fria. Eu estou indo embora Mas não posso partir Meu coração está preso, E soluço de medo sem você aqui - onde a chuva não cai. Porque já faz um tempo Que o vento te levou E eu preciso partir Porque nada aqui restou. Eu estou indo embora E quando eu me virar Todo o azul de seus olhos salpicado no céu Desaparecerá - onde a chuva não cai E suas asas não batem E os pássaros não cantam E o amor se esvai.

O inferno de nós mesmos

Que estou querendo enganar? Tudo continua como antes Mas já não posso me esconder: Você pode atirar seus dardos. Quem estou querendo enganar? Espelhos não podem mentir Mas eu posso - é o que faço agora: É como consigo respirar. Quem estou querendo enganar? Meus próprios olhos não se fecham E já não posso me esconder - daquilo que vem de mim mesma. Quem estou querendo enganar? Não posso calar estas vozes tentando gritar mais alto Elas sempre chegam na frente. Porque eu sei do que elas são feitas: É de minha própria matéria E eu sei onde eles se escondem - Porque os vejo em meus olhos. E eu não posso apagar a mim mesma Mesmo que doa em todas as partes E tudo pareça errado - Não posso quebrar o que vejo. Mas quem estou querendo enganar? Sempre haverá algo errado Mesmo quando tudo parecer certo E o desejo de ser refeita Se esconder nos confins de mim mesma.

Reflexos

Me ame Me odeie Destrua Contorne Recrie Me julgue Defina Desmonte Desenhe Não fuja Se lembre: Conserte.